Um estudo em 1 Reis 11
Não importa como você começa, mas sim como você termina. Não sei de quem é essa frase, mas ela faz todo sentido quando pensamos na história do rei Salomão. Filho de rei e escolhido para ser rei no lugar do grande Davi, Salomão foi abençoado por Deus com imensa sabedoria além de riquezas e honra. O começo de sua vida foi esplêndido, pois chegou a realizar grandes obras para a glória de Deus. Porém, o fim de sua vida não foi igual o começo. A idolatria de Salomão o fez terminar mal aquilo que poderia terminar bem.
O capítulo 11 de 1 Reis relata diversos erros que Salomão cometeu em sua velhice. O espaço é curto, mas quero analisar rapidamente esse capítulo para no final tirarmos uma conclusão.
- A idolatria de Salomão gera a perversão do coração (vs. 1-10)
A primeira parte do texto nos explica que Salomão perverteu o coração devido às mulheres idólatras que amou. Ele tinha amado muitas mulheres estrangeiras, ainda que a ordem do Senhor Deus fosse o contrário. Ele se apegou a elas com amor abrindo exceções para elas cultuarem seus deuses e por fim ele mesmo os cultuou.
A comparação feita no versículo 4 nos assusta: “e o seu coração não era perfeito para com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai”. Davi também incorreu em pecados, mas pelo que vemos nunca cometeu o pecado de idolatria. Nunca se dobrou a outros deuses. Nesse sentido, Salomão não era como seu pai e não seguia o bom exemplo em sua velhice. Ele não perseverou em seguir o Senhor como Davi, seu pai. (v. 5).
Salomão, no fim de sua vida, seguiu a deuses abomináveis como Astarote dos sidônios, Milcom dos amonitas, Quemós dos moabitas e Moloque dos amonitas. O homem mais sábio de todo mundo e de toda história deixou o Deus verdadeiro para servir a deuses estranhos. - A idolatria de Salomão traz consequências (vs. 11-40)
Nos versículos subsequentes, o Senhor promete tirar o reino de Salomão (v. 11). E Deus cumpre essa palavra levantando três homens contra ele. O primeiro é Hadade, o edomeu, o segundo Rezom, filho de Eliada e o terceiro Jeroboão, filho de Nebate, um efrateu. Devido à idolatria de Salomão, o Senhor Deus agora levanta esses adversários que vão quebrar a paz no reino. Salomão reinou sobre Israel 40 anos e é no fim de sua vida que ele encontrará esses percalços devido ao pecado. - A idolatria de Salomão leva a um triste fim (vs. 41-43)
O fim da história de Salomão foi assim e isso nos faz pensar: como pode o homem sábio agir dessa maneira? Talvez a reposta para isso seja mais simples do que imaginamos. E é um problema que também enfrentamos: coisas supérfluas que nos afastam de Deus. É interessante vermos por essa ótica.
Salomão, por exemplo, poderia se contentar com uma só mulher, mas tinha várias. O texto bíblico diz que eram 700 mulheres e 300 concubinas. Qual foi o resultado disso? Perversão do coração! Salomão tinha guardado várias coisas, mas não o coração. E pasmem foi ele mesmo quem escreveu “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4:23). Além disso, ele incorreu em diversos outros erros que o fizeram se afastar de Deus. Tudo que um rei não devia fazer ele fez (Dt 17:14-17).
O que esse capítulo nos ensina?
Aprendemos aqui que não importa como começamos se não formos constantes e obedientes. Devemos perseverar até o fim em fazer o que Deus nos chamou para fazer. Existem caminhos que são tortuosos e esses devemos evitar. E existem caminhos bons nos quais devemos andar e seguir com zelo e temor.
Salomão foi desobediente porque abriu o seu coração para coisas supérfluas que tiraram do centro do seu íntimo o verdadeiro Deus. E quantas vezes não passamos por isso também? Tudo concorre para tirar os nossos olhos de Cristo. Estamos em uma verdadeira guerra por atenção e se não tomarmos cuidado nosso coração se torna idólatra e começamos a cultuar coisas que pensávamos que eram pequenas e sem importância.
Para terminar esse estudo quero deixar registrado uma das advertências de Cristo: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Mt 26:41). Que possamos seguir o conselho de nosso mestre e que o fim de nossa vida possa ser de zelo, amor e testemunho de glória para o nosso Senhor.
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